terça-feira, 20 de março de 2018

CONCERTO PEDAGÓGICO - pela ARTEAM - 2018


No dia 19 de março, realizou-se pelas 15 horas, na sala de Educação Musical da Escola Básica e Secundária do Vale do Âncora, mais um Concerto Pedagógico, promovido pela ARTEAM, Escola Profissional Artística do Alto Minho, sediada em Viana do Castelo.
Este ano apresentou-se uma orquestra de câmara de cordas, constituída por alunos do 8.ºano e dirigidos pelo professor Jaime Alvarez.
Os alunos, além de tocarem várias obras, fizeram ainda a explicação do instrumento que cada um executa.
Assistiram todos os alunos que frequentam o 6.ºano, bem como os alunos de 5.º ano que frequentam o Clube Instrumental e os de 8.º ano que frequentam a opção de música.
Esta parceria mantém-se já há uns anos e permite que os nossos alunos possam assistir a um concerto ao vivo, bem como manusear os instrumentos e conhecer o seu timbre, pois é diferente ouvir o som gravado.
Foi, assim, uma atividade que os nossos alunos gostaram imenso, pelo que vimos aqui agradecer a sempre pronta colaboração da ARTEAM.














sexta-feira, 16 de março de 2018

SARRAÇÃO DA VELHA - 2018






A Sarração da Velha é uma  tradição que se realiza em Afife, desde tempos imemoriais, na quarta-feira da terceira semana da Quaresma e todos os anos começava a ser vivida a partir da quarta-feira de cinzas, com o som dos triquelitraques, angariando fundos através de peditório.


Tradicionalmente, durante esse espaço de tempo e durante as noites, trabalhava-se, em local secreto, no andor da velha e no testamento.


Presentemente, o boneco da velha é feito pelos utentes do centro de dia para apoio a idosos.
Na parte final da Sarração da Velha é esperada com muito entusiasmo e expetativa a leitura do “Testamento”. A maior expetativa sente-se entre as pessoas solteiras, pois é a estas que, geralmente, a velha deixa ficar os seus bens, sem contudo esquecer as autoridades locais e mesmo o padre da freguesia.
O testamento começa com as habituais fórmulas legais, onde não falta o Decreto-lei, a passagem pela assinatura do notário e do juiz, seguindo-se a distribuição dos bens, deixados pela testamenteira.
As quadras do testamento são todas em rima.

Apesar de Afife pertencer ao concelho de Viana do Castelo, há bastantes alunos que frequentam o segundo e o terceiro ciclos na escola. Assim, faz todo o sentido dar a conhecer aos alunos da Escola Básica e Secundária do Vale do Âncora esta tradição.
Na escola começa a preparar-se a atividade no início do segundo período. Tem de se fazer o testamento, onde a velha vai deixar os seus bens aos professores, aos funcionários e aos serviços da escola. Nas quadras, que têm de rimar, os alunos criticam e brincam com os tiques, manias e caraterísticas dos professores e funcionários, assim como o que não estiver correto a nível dos vários serviços. Aprendem, ainda, a utilizar os vários instrumentos e fazem o boneco da velha.

A Velha
Durante o cortejo, existe um andor, no qual é colocado um boneco com o tamanho e a forma de um ser humano do sexo feminino, que é designado por “Velha”.
Segundo a tradição, o boneco representava a pessoa mais idosa de Afife.
A padiola, o sítio onde se prega o boneco, era geralmente construída com varas de austrália ou eucalipto. Nesta estrutura é pregado o esqueleto da velha, composto por uma vara colocada na vertical, onde assentam os ombros e a cintura; a partir destes, nasce o tronco e a saia moldados a partir de vimes ou salgueiros. Na parte superior da vara central é colocada a cabeça que é feita com uma chila ou com um cântaro de barro.
Presentemente, o vestuário do boneco é feito com papel de seda e colocam dentro umas lamparinas.

Na escola, a velha é recheada com papel de jornal e vestida com roupa e bijuterias levadas pelos alunos. Geralmente é uma velha bem gorda e muito engraçada. Os alunos gostam de ver a velha bem enfeitada e muito parola, com chapéu, lenço, colares, óculos, bolsa…
A cabeça da velha é feita com uma abóbora ou cabaça, arranjada também pelos alunos. Este ano, o boneco foi realizado pelos alunos que frequentam a Oficina SentirARTE, dinamizada pelo professor Álvaro Carteado, docente de Educação Visual.


 O triquelitraque ou zaquelitraque é um instrumento indispensável  na Sarração da Velha de  Afife.
Desconhece-se a data de criação deste instrumento, sabendo-se, no entanto, que terá pelo menos 200 anos.
Antigamente, em qualquer habitação da freguesia, existia um triquelitraque; presentemente, já não há tantos na freguesia, tendo sido muitos deles, vendidos a turistas que visitam Afife durante o Verão.
O triquelitraque constitui-se por uma tábua e várias fileiras, que pode ir de uma a quatro, de martelinhos. O cabo desses pequenos martelos de madeira, gira num eixo passado entre dois suportes fixos na tábua.
O som do instrumento varia com a madeira, a espessura da tábua e a quantidade de martelinhos.
Segura-se com uma mão no alto e outra em baixo e sacodem-se fortemente e em cadência certa, de modo a que os martelos batam na tábua todos ao mesmo tempo e num ritmo variado e regular, o que é por vezes um pouco difícil de realizar com perfeição.
A função deste instrumento é produzir o ruidoso som a que todos se habituaram a ouvir logo a seguir à quarta-feira de cinzas, até ao dia da sarração.
Fora esse período, o triquelitraque  não era tocado, ficando a apanhar o fumo das chaminés, que conserva e seca as madeiras, com o intuito de no ano seguinte o seu som ser melhor, pois as madeiras vão ficando ressequidas.
Presentemente, já se veem os triquelitraques em vários cortejos, ao longo do ano.
No cortejo da Sarração da Velha fazem-se três tipos de batimentos com este instrumento:
A marcha é tocada quando o grupo se desloca e é também tocada nos cortejos de peditório;
O sarra é tocado antes da leitura do testamento e por último o esgalha que é usado como agradecimento no peditório e durante a queima da velha.
Acompanham, na Sarração, outros instrumentos, nomeadamente:




Os búzios, que são as conchas grandes;



Os cornos, que são os chifres dos bois;

E a rela ou ruge-ruge que é constituída por uma haste e uma roda dentada sobre a qual gira uma lâmina de madeira.
Em Afife, desde 1978 que a organização da Sarração da Velha tem sido do  NAIAA, Núcleo Amador de Investigação Arqueológica de Afife.
O cortejo percorre os vários caminhos da Freguesia até ao lugar do Cruzeiro, onde em cima da Centenária Mesa de Pedra se lê o testamento.
Na Escola, a atividade é sempre realizada na mesma semana que em Afife, mas na sexta-feira, devendo-se ao facto da escola possuir poucos triquelitraques e o NAIAA emprestar sempre os da Associação, só o podendo fazer após a realização da atividade em Afife, bem como o fator horário, pois realiza-se sempre às 21:30h. Sendo uma atividade noturna e realizando-se na sexta-feira, no dia seguinte os alunos podem levantar-se um pouco mais tarde.



Este ano, no passado dia 09, 6.ªfeira, os alunos fizeram o ensaio geral pelas 10:30h e, pelas 21:30h realizou-se, uma vez mais, com a chuva a salpicar o testamento, a Sarração da Velha. Mesmo com chuva, os alunos divertiram-se e participaram entusiasmados na atividade.

“Gostei bastante da atividade e dos ensaios, acho que é divertido. Não dava para estar melhor preparada, pois foi um espetáculo. Esta atividade devia continuar nos próximos anos.”
André, 8.ºD
“… É muito fixe participar.”
Gonçalo, 8.ºD
“Eu gostei porque é engraçado   e interessante….”
Tiago B, 6.ºA

“A Sarração da Velha foi engraçada e interessante e poderia continuar a haver porque é uma noite bem passada, a tocar os triquelitraques, o búzio e o corno. O leitura do testamento e a queima da velha são as partes mais interessantes. É muito fixe ouvir o testamento porque tem quadras muito criativas.”
Joana, Matilde e Nuna,  6.ºB

“Gostei muito, acho que foi bastante interessante. Foi pena ter chovido.”
Matilde, 6.ºC

“Gostei de fazer parte da preparação da atividade porque foi divertido tocar e fazer as quadras e é bom saber que a tradição se mantém.”
Diogo, 5.ºA

“… foi muito divertido tocar os triquelitraques. Foi muito engraçado ouvir o professor Flamiano a ler as quadras que os alunos escreveram sobre os professores, os auxiliares e serviços. Estiveram na escola os bombeiros para queimar a velha, porque podia haver algum problema. Começou a chover, mas até foi mais divertido. ”
Bruno, 5.ºB
“… Eu estava muito contente por participar. Gostei muito.”
Rodrigo, 5.ºB
“Eu adorei! Foi uma experiência nova tocar os triquelitraques, as quadras muito engraçadas. Foi maravilhoso. A melhor parte foi quando a  velha estava a queimar e o fogo começou a fazer um redemoinho porque estava vento… Amei, foi fantástico!”
Helena, 5.ºB
“Gostamos, achamos  interessante e é algo diferente. … Foi ainda mais fixe com a chuva.”
Inês, 6.ºA e Inês B, 5.ºD
A VELHA
O CORNO


OS TRIQUELITRAQUESO


A CABEÇA DA VELHA
ENSAIO GERAL

ENSAIO GERAL
ENSAIO GERAL
SAÍDA DA VELHA EM CORTEJO

A PREPARAÇÃO DO CORTEJO
ENSAIO GERAL
A ESPERA....

ENSAIO GERAL - 09.03.2018 - 10:30h
TESTAMENTO PARA OS SERVIÇOS
QUEIMA DA VELHA